História
Santiago do Cacém
Localização
Santiago do Cacém é sede do município e cidade desde junho de 1991.
Conhecida pelas suas laranjeiras a ladearem as ruas, Santiago do Cacém acompanha as ondulações do terreno descendo e subindo encostas até ao monte onde se ergue o castelo. No lado oposto encontramos as ruínas romanas de Miróbriga.
Para as horas de lazer sugere-se um passeio pelo Centro Histórico, ao Parque do Rio da Figueira, ou uma visita ao Museu Municipal e à Biblioteca Municipal.
Acompanhando o crescimento urbano e o desenvolvimento económico a Câmara Municipal criou à saída da cidade em direcção a Sines, um Parque de Empresas. Aqui se concentram a maioria dos serviços públicos do município.
Situa-se a 149 km de Lisboa, 18 km do porto de Sines, 177 km do aeroporto de Faro e 137 km da fronteira com Espanha.
Fazem parte da freguesia os lugares de Cumeadas, Escatelares, Cerro Vermelho, Vale Seco, Aldeia dos Chãos, Vale Verde, Relvas Verdes e Ortiga.
História
Santiago do Cacém de povoado pré-celta a cidade do século XXI
Santiago do Cacém situa-se a cerca de 1 km para Oeste das ruínas da denominada Miróbriga, de origem pré-romana.
(…) Originariamente povoado pré-celta, aglomerado urbano celta, foi romanizado até (…) ao século V da Era de Cristo.
Estudada arqueologicamente desde 1808, foi um importante centro económico, social, religioso, cultural e desportivo.
(…) Salatia Imperatoria ou Mirobriga Celtici, as ruínas ao lado de Santiago do Cacém, mostram antigos templos romanos e pré-romanos num planalto onde todo um Fórum se desenha claramente; um desenvolvimento habitacional e comercial ocupa toda a colina voltada a Este, e a zona Sul; no vale, umas imponentes termas ou balneários; e a cerca de 1 km o único hipódromo romano conhecido em Portugal. (…)
E por toda a região se encontram, aqui e ali, os restos de Villae, e de calçadas romanas bem pavimentadas, sem esquecer os povoados neolíticos e das idades do cobre, bronze e ferro e até os restos paleolíticos (…).
A ocupação romana deste espaço vai dar lugar à dominância árabe de cinco séculos.
É assim que este importante centro populacional vai renascer, reafirmar-se, um pouco mais a Oeste num outeiro de que se avista uma soberba paisagem cujo horizonte é o Atlântico, a Arrábida e o Espichel…
(…)A vila do mouro Kassem, afirma-se sobranceira a toda a região que domina, com o seu castelo, desde o século VIII até ao século XII. Desta fase de dominância islâmica é também a toponímia que persiste. (…)
Mas também o grande senhor árabe, o forte castelo de Kassem, vai ter de dar lugar a outros conquistadores.
A história das conquistas e reconquistas deste castelo, não é simples nem linear. No entanto, é provável que entre 1158 e 1160 o castelo árabe tenha sido tomado por tropas fiéis a D. Afonso Henriques. Em 1161, os mouros devem tê-lo recuperado. Terá voltado a ser cristão entre 1162 e 1166. Foi doado à Ordem de Sant’ Iago de Espada em 1186 (…).
Assim, passando a Vila de Kassem a pertencer de facto à Ordem de Sant’Iago, mantém o antigo nome ao qual se antepõe o da Ordem.
O Burgo Medieval de Sant’Iago de Kassem era já de grande importância no século XIII, com responsáveis políticos e administrativos de 1.ª categoria (pretores, alvazis, juízes, alcaides, almoxarifes).
Já considerada oficialmente com a categoria de Vila em 1186, recebe a sua primeira Carta de Foral com D. Dinis.
Refira-se que é no reinado de D. Dinis que é feita doação da vila e castelo de Sant’Iago de Kassem e Panoias a Vetácia Lascaris, princesa grega encarregada da educação de D. Constança, filha de D. Dinis e depois esposa de D. Fernando. A vila só torna ao poder da Ordem por morte de Vetácia em 1336. Esta senhora passa os seus últimos anos de vida em Coimbra onde está sepultada na Sé Velha.
É deste período um imponente monumento iconográfico relacionado , e actualmente integrado no interior da Igreja Matriz, talvez encomenda da Rainha D. Isabel: um alto relevo do século XIV, com 2m x 1,5m, que representa o Sant’Iago a cavalo, combatendo os mouros, e que foi fonte de inspiração para as atuais armas, selo e brasão do Município.
O primeiro Comendador da vila pela Ordem foi Carlos Pessanha, filho de Manuel Pessanha, primeiro almirante de Portugal.
Em 1383-85, Sant’ Iago de Kassem toma voz pelo Mestre de Aviz, pelos interesses nacionais, contra a submissão ao estrangeiro.
(…) A Vila de São Tiago de Cacém, em poder da Ordem até 1594, passará então por doação de Filipe II aos Duques de Aveiro até 1759, ano em que, pela tentativa de regicídio, ficou a pertencer, com os bens de duque executado, ao domínio da Coroa, passando por fim em 1832, pela vitória do regime liberal, ao Estado.
Com Juízes de Foro desde, pelo menos 1551, a magistratura judicial era até aí exercida por Juízes Municipais eleitos pelo Concelho e aprovados pelo Comendador. A partir daí com juízes formados, de nomeação régia, passou a ter maior amplitude judicial e administrativa, na partilha das responsabilidades municipais como homens da vila.
A organização municipal assente nos homens-bons, nos alvazis, nos jurados nomeados pelos cavaleiros-vilãos e peões, e que representava a força vital do Concelho, foi alterada por D. Manuel e começa então a magistratura administrativa dos Vereadores, a chamada Câmara. Desde o século XVI e até 1833, o corpo da Câmara de S. Tiago do Cacém era composto por três Vereadores e um Procurador.
O número de localidades e freguesias que compõem o Concelho de Santiago do Cacém é Sede, tem variado ao longo do tempo. Mas desta diversidade ressalta sempre a sua importância regional em todo o litoral entre o Sado e o Mira, com uma projeção para o interior, da ordem das dezenas de quilómetros em extensão de território. (…)
Desde meados do século XVI que o Ensino se pratica na vila. O seu impulsionador foi precisamente o exímio literato Frei André da Veiga, nascido em São Tiago do Cassem em 1472, cujo nome foi dado à Escola Preparatória aquando da sua criação.
Depois da grande expansão urbana que conseguiu no século XVIII, São Tiago do Cacém afirma-se destacadamente na região durante as Invasões Francesas.
(…) No século XIX Santiago do Cacém era uma pequena Corte, onde os senhores da terra faziam vida faustosa do tempo dos morgadios. As opulentas Casas dos Condes do Bracial, dos de La Cerda, do Capitão-mor, dos Beja, dos Condes de Avillez, Fonseca Achaiolli e outras, dominavam a vila e o seu Termo e outras terras alentejanas.
Nomes sonoros como os do Comendador António Pereira Luzeiro de La Cerda, José Francisco Arrais Beja Falcão, António Pais de Matos Falcão (Conde do Bracial), estão ainda hoje na memória das gentes. Gentes fortemente vincadas aos movimentos populares e sindicalistas das primeiras décadas do século XX, que o nosso concidadão e muito querido amigo o Escritor Manuel da Fonseca, imortalizou nas suas obras.
Período de explosão e desenvolvimento económico, suportado pelo trabalho mal pago dos assalariados, é nesta altura que a par de belas e ricas quintas e herdades senhoriais de exploração agro-pecuária inovadora (cereais, frutas e cortiça, fundamentalmente, e gado cavalar, muar, asinino, bovino, ovino, caprino, suíno) como o Pomar Grande. Herdade do Paúl, da Casinha, de Vale de Agreiros, da Assenha, de Corona, da Ortiga, de Olhos Bolidos, do Canal e outras Casas Agrícolas como a de Jorge Ribeiro de Sousa, a par dessa exploração agro-pecuária, vai paralelamente desenvolver-se a indústria e o comércio. Contavam-se na vila, mais de uma dezena de Fábricas de Cortiça, várias Serrações de Madeira, Carpintarias, Mecânicas, Fábricas de Moagens de Ramas, Forjas e Oficinas e Ferraria e Serralharia. Instalaram-se em Santiago do Cacém, Advogados, Farmacêuticos, Merceeiros, Comerciantes de Fazendas, Gráficos. Abrem-se os primeiros cafés. As Coletividades e Associações animam a vila: são a Filarmónica União Artística, a Sociedade Harmonia, a Casa do Povo (Associação sindicalista cujo edifício está hoje classificado como Monumento Nacional).
Os seguintes factos traduzem não só a riqueza dos Senhores, como o guindar da vila florescente e pitoresca da primeira metade do século aos destaques do país:
- Em 1895 chega a Portugal o primeiro automóvel. É propriedade do Conde de Avillez, de Santiago do Cacém;
- Primeiro Rolls Royce que veio para Portugal, veio também para Santiago do Cacém. Propriedade de José de Sande Champalimaud;
- Registo n.º 1 para automóveis, passado pelo Ministério das Obras Públicas em 1901 é para Santiago do Cacém, em nome de Augusto Teixeira de Aragão.
Vai ser necessário esperar pela década de 70, depois de 40 anos de estagnação, para a vila iniciar nova fase de expansão urbana, a maior da sua existência secular, agora planificada e projetada.
O ordenamento urbano, a definição de zonas de expansão permitem agora localizar as estruturas habitacionais, comerciais, industriais, culturais, de serviço, de acesso e comunicação, de uma forma integrada.
O perfil, o traço, o percurso histórico, a sede que é de abastecimento e troca, de atracção turística, de prestação de serviços para o concelho (…), para os vizinhos concelhos de Sines, Grândola e Odemira, caracterizam atualmente Santiago do Cacém, já não como pitoresca vila de princípios do século conhecida pela Sintra do Alentejo, mas como uma cidade pronta para o desafio da década de 90 e do século XXI.
Excertos do texto de autoria de Dr. Sérgio Pereira Bento
Santa Cruz
Localização
A freguesia situada a 6 km de Santiago do Cacém, é a mais pequena do município. A maioria da população vive em montes dispersos pelos campos.
Na aldeia de Santa Cruz é de assinalar a igreja datada do século XV de arquitetura rural, enquadrada na paisagem.
As Ademas constituem o lugar da freguesia que mais tem crescido no que diz respeito ao número de habitações.
História
A data da criação da Freguesia de Santa Cruz permanece ainda desconhecida da história local, embora a sua constituição possa ter ocorrido na primeira metade do século XIV, durante o período em que a bizantina D. Vataça Lascaris foi donatária da Comenda de Santiago do Cacém e trouxe a venerável relíquia do Santo Lenho para a Igreja Matriz – um pedaço da Cruz de Cristo -, o que pode explicar a origem da criação e denominação do orago da freguesia (1).
Nos finais do século XV ou nos primeiros anos do século XVI, a freguesia deve ter-se desenvolvido o suficiente para que fosse construída ou reconstruída a igreja ou ermida então existente, o que fez com que o altar-mor fosse embelezado com uma notável peça de escultura, de um bom mestre, talvez flamengo ou que trabalhava à maneira flamenga, com a representação da imagem do orago da freguesia, ou seja, com a representação de uma Cruz do Calvário com um Cristo Crucificado.
No século XVIII, concretamente em 1758, a freguesia foi amplamente descrita num “relatório” elaborado pelo pároco de Santa Cruz, em resposta a um questionário enviado a quase todas as paróquias do reino. Nesse relatório, refere-se, entre outras coisas, que o terramoto de 1755 apenas havia danificado dois montes e o telhado e a parede sul da igreja; que a igreja possuía, para além do altar-mor, o altar de Nossa Senhora do Rosário e as imagens do Menino Jesus, Santo António, S. José, Santa Teresa e as Irmandades do Rosário e das Almas; que existia a Fonte do Nabarro e a Fonte Telhada, de onde havia saído “miraculosamente” o ouro com que se fizera a primeira coroa de Imperatriz da Festa do Espírito Santo, em Santiago do Cacém; que apenas possuía dois moinhos de água, que apenas moíam no inverno; que a população residente era composta por 266 pessoas; que a povoação se achava ao lado da igreja, onde se situavam as casas de residência (do pároco?) e do sacristão e de mais três vizinhos.
No século XIX, concretamente no dia 11 de novembro de 1858, a freguesia voltou a ser vítima de um outro terramoto, o que provocou grande ruína no templo e obrigou os fregueses a deslocarem-se à igreja de Nossa Senhora do Monte, em Santiago do Cacém, para ouvirem missa. Por outro lado, na mesma centúria verifica-se um aumento considerável no número de habitantes e no número de fogos existentes: em 1850 a freguesia passa a ter 104 fogos, 15 dos quais desabitados – contando a aldeia apenas com cinco fogos – e 392 pessoas, de ambos os sexos. Em 1863 este número aumenta, passando a freguesia a contar com 430 pessoas (235 do sexo masculino e 195 do sexo feminino), embora com uma diminuição no número de fogos, que passaram para 103, registando a aldeia apenas quatro fogos.
No último quartel do século XX, a freguesia de Santa Cruz sofreu algum desenvolvimento urbanístico, que se traduziu no aumento do número de fogos na aldeia e no consequente aumento da população.
(1) Deve-se acrescentar que a própria igreja de Santa Cruz era uma filial da Igreja Matriz de Santiago do Cacém e que estava sob a sua dependência.
São Bartolomeu da Serra
Localização
Para se chegar a esta localidade a partir de Santiago do Cacém, percorre-se cerca de 8 km da EN 121 em direção a Ermidas-Sado. Por esta freguesia passa a ribeira de Corona, um afluente do Rio Sado.
O solo desta freguesia é acidentado e argiloso. A cortiça é a principal produção, cultivando-se também variados cereais. A população emprega-se na agricultura, criação de gado e nos serviços (na cidade de Santiago do Cacém).
Destacam-se a sua igreja paroquial e a estação do caminho-de-ferro inaugurada em 1932 e recentemente restaurada.
Pertence à freguesia o lugar de Mulinheta.
Santo Padroeiro: S. Bartolomeu
Executivo
2017-2021
Presidente – Isabel Maria Borges Gonçalves Contente (CDU)
Secretário – Armando Severino de Almeida (CDU)
Tesoureiro – Miguel Filipe Pereira Guerreiro (CDU)
1.º Vogal – Fernando Manuel Bentinho Faria da Silva (PS)
2.º Vogal – Maria Margarida (PS)
Contactos
Santiago do Cacém
Morada: Rua Ramos Costa, 7540-205 Santiago Cacém
Telefone: 269 818 740
Fax: 269 818 745
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Santa Cruz
Morada: Largo da Igreja, 7540-051 Santa Cruz
Telefone: 269 823 011
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São Bartolomeu da Serra
Morada: Av. 25 de Abril, 7540-321 São Bartolomeu da Serra
Telefone: 269 902 156
Fax: 269 902 011
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